quarta-feira, 25 de agosto de 2010

KENZO TAKADA PARTICIPA DE PALESTRA NA ABIT E SE TORNA REPRESENTANTE DA MODA BRASILEIRA NO JAPÃO

O estilista japonês Kenzo Takada realizou palestra na sede da ABIT, a convite da Associação e da da Apex-Brasil, através do Programa Texbrasil. 
KENZO TAKADA
Pela segunda vez no Brasil, o estilista japonês contou detalhes de sua história de sucesso e sua percepção do mundo da moda
“Ficamos muito felizes pelo Kenzo ter aceitado nosso convite para ser o representante da moda brasileira no Japão. A partir do programa Texbrasil já tivemos sucesso com várias de nossas ações internacionais e tenho certeza que a parceria com o Kenzo também terá êxito”, comentou Rafael Cervone, diretor executivo do Texbrasil. Além da palestra, Kenzo aproveitou sua segunda visita ao País para conhecer novos parceiros de negócios, estilistas e estudantes de moda.

A palestra mostrou fotos e a história de um dos ícones da moda mundial, desde seu nascimento em de fevereiro de 1939, em Himeji, no Japão, passando por seus estudos na renomada escola de moda Bunka, em Tóquio, sua ida para Paris, na França, a abertura de sua primeira boutique, os primeiros desfiles, até o momento atual do estilista dedicado às artes plásticas. Kenzo contou de maneira simples e objetiva, como um jovem japonês simples, que não falava outra língua, conquistou Paris fazendo tudo sozinho, desde a reforma de sua primeira loja, assessoria de imprensa dele mesmo e até orientar modelo em passarela, já que naquela época não existiam desfiles como os de hoje.

Durante o encontro, KENZO contou detalhes de sua história de sucesso, abordou questões importantes do mundo da moda e respondeu várias perguntas de empresários e jornalistas.
“É uma honra para mim poder estar no Brasil pela segunda vez. Este é um país cheio de energia e que acredito que vai liderar o mundo da moda, do século XXI. A parceria com o Texbrasil é uma oportunidade de contribuir para a moda brasileira, francesa e japonesa”, enfatizou o estilista.

HISTÓRIA DE SUCESSO:
Nascido no pós-guerra do Japão, Kenzo teve uma infância negra e uma juventude totalmente voltada para os estudos. O estilista, que tinha duas irmãs mais velhas, começou a se interessar por moda, assim que viu uma das revistas de suas irmãs, circulando pela casa, afinal, naquela época as mulheres até que se casassem tinham que freqüentar cursos de corte e costura.
Depois de estudar arte, ainda em seu país de origem, Kenzo Takada começou a trabalhar desenhando moldes para uma revista de moda de Tóquio. Em 1964, mudou-se para Paris, após uma viagem de navio que durou 30 dias, e começou a criar coleções sob encomenda para outras marcas e a vender moldes para o estilista Louis Féraud. “Lembro-me de minha mãe se despedindo de mim no porto e de como era a vida dentro do navio, com festas, filmes e eventos. Parecia que eu estava de férias”, brincou.
Assim que chegou a Paris, Kenzo visitou redações de grandes revistas, como por exemplo a Elle, tentando vender seus desenhos. Em 1969, o estilista resolveu abrir uma pequena boutique na França. “Não foi fácil. De dia eu trabalhava e à noite reformava uma das salas que havia sido emprestada por uma mulher, que tinha uma galeria”, contou. No início dos anos 70, Kenzo lançou sua primeira coleção e fez um desfile para apresentá-la ao público. Em apenas dois anos, Kenzo já era um nome famoso.O estilo das roupas orientais estava presente em suas criações de batas e calças largas, e suas inovações chegaram também à malharia, o que lhe deu um lugar garantido entre os bons estilistas de prêt-à-porter.
Não demorou muito para que o estilista japonês fosse capa das principais revistas de moda francesa e com isso apareceram compradores de vários países.Unindo o bom gosto das tendências de moda do Oriente com as do Ocidente, Kenzo firmou-se no cenário internacional da moda e abriu caminho para toda uma geração de criadores japoneses. “Depois que abri minha boutique, comecei a pensar na minha identidade. Como japonês, tenho o quimono como referência e outras peças tradicionais do meu País”, conta o estilista.
Os anos 70 foram repletos de desfiles, até que em 1980, Kenzo voltou-se para o mundo dos negócios investindo todo seu conhecimento em perfumes e cosméticos, além de criar sua segunda coleção de jeans. “Lembro que nesta época, recebi muitas críticas dos jornalistas, que diziam que eu tinha ficado muito comercial”, diz. De 1985 a 1990, a empresa KENZO ficou grande, entretanto, o estilista não concordava com tudo o que era vendido e não se sentia feliz com a situação. Dentre a galeria dos famosos perfumes de Kenzo Takada estão: Flower by Kenzo, Kenzo Amour, L'Eau Par Kenzo Pour Femme, Summer By Kenzo, Kenzo Parfum D'Ete, Kenzo Jungle, Kenzo Ca Sent Beau, Kenzo Le Monde Est Beau, Eaux de Fleurs; todos femininos, e os masculinos: Vintage e Ryoko.
Em 1999, foi realizado um desfile em comemoração aos 30 anos de carreira e aos 60 anos de idade do estilista japonês. Um pouco antes de se aposentar, o estilista transferiu o domínio de sua empresa para as mãos da LVMH. Atualmente, esta marca é uma mistura de todos os estilos e registros da trajetória de Kenzo no mundo da moda. Os vendedores de suas lojas dominam vários idiomas, garantindo a universalidade de suas criações, somada às concepções e crenças deste artista da esfera fashion. A partir daí, Kenzo se distanciou de suas marcas e começou a dedicar seu tempo a coisas que queria fazer na época, como viajar, pintar, estudar computação e Francês, dentre outros. “Achei realmente que ia me satisfazer, apenas fazendo o que queria, mas depois de alguns anos, decidi que queria voltar ao trabalho e não parei mais”, brinca.
Atualmente, Kenzo tem uma oficina que realiza tintura artesanal de lenços e echarpes, e pretende investir em parcerias com empresas japonesas e com o Brasil. “Durante esta visita a convite da ABIT, tive a oportunidade de conhecer algumas empresas brasileiras, e tive certeza de que quero realizar negócios com o Brasil”, afirma o estilista. Kenzo ainda conta que teria muito prazer em participar do mercado de jeans brasileiro. Além disso, ele tem a pretensão de fazer o intercâmbio entre jovens talento japoneses e brasileiros, dividindo sua vasta experiência com eles.

 fotos: divulgação
 

 
 
 




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