domingo, 12 de maio de 2013

CLODOVIL SAI DO ARMARIO

Tudo começou meio na correria", conta Maurício Petiz sobre o acervo. A pressa, no caso, era literal. Enquanto todos os pertences de Clodovil eram listados para ir a leilão, em Ubatuba (SP), no ano passado, para pagar dívidas, Petiz conseguiu trazer a São Paulo algumas de suas criações. "Foi um jeito de salvá-las."

MUSEU DO CLODOVIL

MAURICIO PETIZ
"Já são 30 peças reunidas", diz Maurício Petiz, 48, diretor do Instituto Clodovil Hernandes. Antes disso, Petiz foi assessor do estilista na Câmara, durante seu mandato como deputado federal (de 2007 a 2009), e dirigiu um de seus programas de TV, o "A Casa É Sua", na Rede TV!.
Agora, dedica-se também a angariar peças para a coleção. O acervo já está em tratativas para ser exposto no shopping Iguatemi, em setembro.
"Acho a ideia muito boa", diz a advogada Maria Hebe Queiroz, que administra o espólio de Clodovil e realizou o leilão após sua morte, causada por um AVC. Ela diz que inclusive se ofereceu a pagar a lavanderia das peças. "O acervo tem de crescer."

ROSE BENEDETTI
Vestido com gola chinesa e botões encapados que Clodovil fez para a empresária Rose Benedetti, a maior contribuinte do acervo
Até agora, a maioria das doações veio da empresária Rose Benedetti, 68. Rose conheceu o estilista quando foi a um desfile dele, aos 14 anos. De lá até o começo dos anos 2000, foi cliente e amiga do jovem natural de Elisiário (a 402 km da capital), que viraria um dos nomes da moda nacional a dar mais pano para a manga .

Vestido feito na década de 1980 para a empresária Rose Benedetti
Costas da peça, de seda com detalhes em cetim.
Clodovil fez seu vestido de noiva e os modelitos que ela usou na boda dos filhos que saíram desse casamento, décadas depois. "Ele era um maravilhoso estilista", diz. "E assim é que deve ser lembrado, especialmente para essa geração mais nova, que só o viu na TV."
Rose, que doou dez peças de uma vez só, ficou longe de ter esvaziado seu closet de assinaturas de Clodovil. "Fiquei com um acervo por enquanto. É difícil se desfazer completamente de uma coisa que se ama."
A empreendedora Sonia Sampaio, 52, conheceu o apresentador numa época em que ele não queria mais ser estilista. Mas conseguiu que ele bolasse alguns croquis, usando a política da boa vizinhança (suas casas eram próximas, na Granja Viana, em Cotia).
"Ele quase não costurava mais", conta ela, que doou peças de alta-costura. "Uma ele fez para combinar com esmeraldas que meu marido me deu."
Clodovil faz ajuste em vestido no seu ateliê paulistano, em 1963

CRIAÇÃO DA DECADA DE 90
Saia feita por Clodovil para ser usada com turbante do mesmo tecido, na década de 1990, a peça foi feita para uma mulher tão magra que não cabe em manequins

VESTIDO COM MODELAGEM DE CAMISA
Vestido com modelagem de camisa que foi doado ao acervo, que deve ser exibido no shopping Iguatemi em setembro.

CRIAÇÃO PARA LAURA WATANABE
Vestido de filó de algodão com pedrarias bordadas que Hernandes fez para uma das suas modelos prediletas, Laura Watanabe, quando ela morreu.

PEÇAS PARA O ACERVO
Uma das 30 peças já amealhadas para o acervo de criações de Clodovil.

Vestido com bolinhas bordadas elaborado por Clô já na década de 1990, quando ele mais apresentava programas de TV do que bordava.

CRIAÇÃO PARA ELLIS REGINA
Vestido feito para a cantora Elis Regina na década de 1980.

CRIAÇÃO PARA ELKE MARAVILHA
Vestido enviesado que Clodovil dedicou a Elke Maravilha, uma de suas modelos prediletas na década de 1970.

CAMISA PSICODELICA
Camisa de algodão com estampa psicodélica, que o Instituto Clodovil Hernandes estima ter sido feita na década de 1970.

VESTIDO DE NOIVA
Vestido de noiva feito em tule neste ano a partir de um desenho de Clodovil.

 Caso um Clodovil esteja escondido no seu armário, é só entrar em www.ich.org.br e deixá-lo vir a público. concebeu, mas que nunca saíram do papel.
 fotos:Julia Rodrigues/Folhapress

fonte:





              




Nenhum comentário:

Postar um comentário