segunda-feira, 1 de julho de 2013

ÀCIDO FÓLICO NA GRAVIDEZ DIMINUI O RISCO DE SÍNDROME DE DOWN

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Campinas revelou que a utilização de ácido fólico diminui o risco de bebês com aberrações cromossômicas, como a Síndrome de Down. De acordo com a professora do departamento de Genética Médica Carmem Bertuzzo, idealizadora e uma das responsáveis pelo estudo, houve a comprovação de que pessoas com deficiência genética em enzimas do ciclo do ácido fólico têm um risco maior de ter filhos com problemas.
“Pessoas com deficiência no ciclo metabólico do ácido fólico estão mais sujeitas a erros na divisão celular. Esse é o efeito que leva ao nascimento de crianças com aberrações cromossômicas. A administração de ácido fólico faz o ciclo girar mais vezes, suprindo a deficiência”, explica a pesquisadora.
 A descoberta não muda a quantidade de vitamina que deve ser ingerida, mas o período: a suplementação deveria começar três meses antes da gravidez.

Fizeram parte da pesquisa um grupo de 70 mães em que os bebês nasceram com a Síndrome de Down e 88 mulheres com filhos normais e sem histórico de abortos. O grupo das mães de portadores da síndrome tem mais mulheres com mutações enzimáticas, se comparado às mulheres com filhos normais. Os resultados demonstraram que as portadoras das mutações têm nove vezes mais probabilidade de ter filhos com Down. No caso de mulheres com mais de 35 anos, o risco é cerca de cinco vezes maior que na população geral. A cada 800 nascimentos, um tem o distúrbio da Síndrome de Down.

Suplemento de ácido fólico 

A nutróloga Elizabeth Ayoub enumerou alguns alimentos ricos em ácido fólico: hortaliças verdes, como espinafre, couve e couve-flor, além de outros vegetais, como cenoura, ervilhas, batata, germe de trigo e levedo de cerveja; cogumelos, timo de vitela; rins, músculos, ovos, frango e queijos. “A substância também está presente em fracas doses no leite e praticamente ausente no leite de cabra, e por isso é perigoso alimentar bebês exclusivamente com esse leite”, afirma a médica.

Apesar de estar presente em tantos alimentos diferentes e de estar por lei na composição de farinhas, há situações em que o ácido fólico precisa ser ingerido em pílulas. Dr. Renato explicou que são indicados medicamentos para a complementação porque, em geral, não se sabe se, via alimentação, a futura mamãe está absorvendo uma quantidade suficiente de ácido fólico. Inclusive porque há síndromes que realmente alteram essa absorção. Daí a indicação para mulheres em idade fértil, grávidas ou amamentando.

“Todas as mulheres que tomam suplementos de ácido fólico antes da concepção reduzem em cerca de 50% os riscos de defeitos neurológicos no futuro bebê. Iniciar a suplementação três meses antes de engravidar ou três meses antes de parar a pílula anticoncepcional é importante”, enfatiza Elizabeth Ayoub.

A nutróloga indica outras situações em que a complementação pode ser necessária: idosos; tabagistas e alcoólicos que absorvem menos vitaminas, doença de Crohn, colite ulcerativa e enfermidades com evacuações freqüentes e diarréicas. Além disso, é indicado no caso de uso contínuo de anticoncepcionais orais, antiinflamatórios, sedantes e soníferos.

A médica explica que não existe hipervitaminose para o ácido fólico, mas isso não quer dizer que você deve sair tomando. Consultar o médico é muito importante antes de utilizar qualquer remédio, mesmo que seja uma vitamina. “O consumo excessivo leva à falta de vitamina B12 e pode mascarar essa segunda deficiência. A ingestão elevada pode interferir na absorção do zinco e reduzir os efeitos da medicação antiepiléptica”, explica.

Elizabeth Ayoub revela que a dose média diária recomendada para grávidas é de 0,4 miligramas de folato. Outro importante motivo para se evitar a automedicação é que algumas pesquisas apontam a possibilidade de altas doses de ácido fólico estarem relacionadas ao câncer de mama em mulheres com mais de 35 anos. “Não podemos esquecer que os alimentos já contêm o nutriente”, finaliza a nutróloga.

foto: divulgação


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