quinta-feira, 1 de abril de 2010

Os surdos e a linguagem do coração

Os surdos e a linguagem do coração





Uma sociedade tem maior ou menor grau de civilidade dependendo da atenção dispensada aos mais fracos, deficientes e necessitados. Em nosso meio, a pessoa com deficiência ainda incomoda, provocando sentimentos contraditórios, como repulsa e compaixão.

Vale lembrar que deficiência não é sinônimo de incapacidade. Hoje, as pessoas com deficiência auditiva somam oito milhões em nosso país. Um número significativo, mas não alarmante. A grande preocupação é a maneira como são vistos. Faltam oportunidades de trabalho, de respeito e de políticas públicas que valorizem a dignidade dos surdos.

Em nosso meio, encontramos dois tipos de surdos: aqueles que são deficientes por questões genéticas – ou acidentais – e aqueles que o são por conveniência. Esses ouvem os sons, gritos, e barulhos das exigências comerciais, das academias e da competitividade. Mas, infelizmente, não são ouvintes daqueles que, no silêncio, buscam a oportunidade de serem agentes transformadores da sociedade.


Há quem admita não saber como se comunicar com deficientes auditivos. Quem insiste em um comportamento preconceituoso se esquece de que, com o passar dos anos, o próprio ato de envelhecer se refletirá na redução da audição, prejudicando sua comunicação com amigos e familiares. Trata-se de uma realidade que deveria estar permanentemente na consciência de todos, evitando que cometam o erro do preconceito, do mau julgamento e da negação de oportunidades.

Os surdos têm muito a nos ensinar. Conhecem como ninguém a linguagem do coração, que compreende a todos e faz com que cada um encontre seu lugar e espaço na sociedade. Sua caminhada reflete o quanto eles também são um dom para a humanidade, que deverá aprender muito em termos de civilização, sociedade e nação.


Pe. Aluísio Ricardo Aleixo de Sousa

fonte: Jornal da Mulher

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