sexta-feira, 4 de setembro de 2015

HÁ 43 ANOS NO "COPA", PORTEIRO SE EMOCIONA AO FALAR DE LADY DI

Jorge, mais conhecido como Cafu, capitão porteiro do hotel Copacabana Palace, localizado na Av. Atlântica, 1702 - Copacabana, Rio de Janeiro.

JORGE FREITAS
Jorge Freitas, 63, o Cafu, que trabalha como capitão-porteiro do Copa

Em seus 92 anos de existência, a porta dourada de madeira, metal e vidro do número 1.702 da avenida Atlântica, em Copacabana, no Rio, continua a girar, impulsionada pelo vaivém de famosos e de uns tantos anônimos.
Ninguém, todavia, a cruzou tantas vezes quanto um homem franzino que esconde a calvície já avançada sob um quepe branco de capitão-porteiro, função exercida pelo capixaba Jorge Freitas.
Quando chegou ali, em 1972, era um rapaz de 20 anos que nem conhecia o Rio. Recebera de um tio, que, à época, trabalhava no Copacabana Palace, uma carta em que lhe oferecia uma oportunidade de emprego no hotel. O moço pegou um ônibus em Vitória (ES) e aportou na capital fluminense, pronto para viver novas experiências.
Fez limpeza, cuidou das toalhas da piscina, apertou botões dos elevadores, correu pra lá e pra cá como mensageiro. Há 23 anos, porém, tudo mudou: ele passou a ser a "cara" do Copa. Até hoje, é o primeiro funcionário com quem os hóspedes se deparam antes de adentrar o hall.
Conhecido entre os colegas do hotel como Cafu, apelido que ganhou quando era artilheiro do time de funcionários que batiam bola na areia ali da frente, Freitas coleciona lembranças de hóspedes famosos: de Tom Cruise recebeu um aperto de mão, de Roberto Carlos e Barbra Streisand ganhou discos autografados e do astro Will Smith obteve um amistoso tapinha nas costas, mas é por Lady Di que seus olhos ainda se enchem de lágrimas.
O momento mais marcante de seus 43 anos de hotel foi a despedida da princesa. Em certa tarde de abril de 91, ela cruzou a porta ante uma ruidosa multidão de admiradores que, ancorada na grade de proteção diante da fachada de estilo neo-clássico, disputava um lance de olhar.
Cafu abriu a porta do carro, e Diana segurou na mão dele por "cerca de três minutos", calcula. "Foi tempo suficiente para ela olhar rapidamente para mim", relembra com orgulho, hoje, aos 63 anos. Acostumado a ver de perto as mais estonteantes atrizes e modelos, filosofa: "Já vi muitas mulheres por aqui, mas a princesa era dona de uma beleza que transcendia o belo". Emocionado, só conseguiu desejar a ela uma boa viagem: "Have a nice trip!", em inglês, língua aprendida ali, no hotel.

foto: Gabriel Cabral/Folhapress)

fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/turismo/2015/09/1676774-ha-43-anos-no-copacabana-porteiro-se-emociona-ao-falar-de-lady-di.shtml

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